É de conhecimento geral os prejuízos ambientais causados por emissões de gases, afetando principalmente a qualidade do ar que respiramos. Tendo em vista melhorar o modo como o assunto é tratado a Alemanha principal economia da Europa resolveu tomar uma atitude para inspirar outros países, sendo assim em 2014 o país se propôs a reduzir sua taxa de emissões de dióxido de carbono (CO2) cortando em 40% a taxa de emissões de gases de efeito estufa até 2020 controlando assim o uso do carvão (minério que representa 38% da matriz energética alemã). Apesar do massivo investimento (incentivado pelo estabelecimento de tal meta) feito em energias renováveis chegando estas a ocupar 33% da matriz energética alemã, seu plano de redução foi um passo maior que a perna por não considerar os fatores que influenciam tais mudanças. O primeiro problema encontrado é o curto espaço de tempo que o país determinou para o cumprimento da meta; O segundo talvez seja uma questão mais complexa de se resolver. Do ponto de vista energético a Alemanha tem mais de um terço vinda do carvão uma mudança em tal número não é viável em 6 anos visto que é necessário mudar a cultura do povo em relação a isso; O terceiro problema é uma questão humanitária, apesar do sucesso em substituir as usinas nucleares por usinas de energias renováveis o mesmo não ocorre com as de carvão tendo em vista que repetir o que foi feito na energia nuclear geraria um grande desemprego, pois a maioria dos trabalhadores de tais industrias teriam que se remodelar ao mercado sendo que estes estão em sua maioria fazendo isso a vida toda. O quarto e último problema situa-se no ambiente em si, usinas solares dependem de dias ensolarados para um bom funcionamento algo que não é muito comum na Alemanha, é de se destacar que o país obteve sucesso nessa área mesmo sem ser características ter um clima que ajude, porém não é o suficiente. Tais problemas não pareciam preocupar no início da mudança, porém em 2016 a Alemanha registrou aumento de quase 1% em seu nível de emissões algo que foi considerado inaceitável para se cumprir a meta.
No Brasil o problema das emissões não era algo que preocupava tendo em vista que nossa energia provém quase dois terços das hidrelétricas. O cuidado a ser tomado ficava situado em função dos automóveis algo que não mudou em nossa cultura nos últimos anos, pois mesmo com a vinda dos carros híbridos (de custo elevado para a maioria da população) continuamos a utilizar os movidos a combustíveis fósseis; as iniciativas de carros elétricos ainda não são convincentes para a maioria das pessoas. Porém nos últimos anos com a crise hídrica, começaram a se procurar novos meios de baixar a tarifa de energia que passou a ficar cara apesar dos investimentos feitos nos setores de biomassa e eólico ainda foi necessário voltar a contar com as termelétricas para atender a demanda do país. Isso impactou no aumento das emissões em nosso país que já teve problemas entre 2015 e 2016 pelo aumento de quase 9% das emissões de carbono. Em junho deste ano foi anunciada uma medida que pretender reduzir em 10% as emissões de carbono até 2028 tal medida se junta às adotadas em 2005 e 2015 ambas visando à solução do mesmo problema. Essa nova meta implica no incentivo do uso de biocombustíveis em substituição ao diesel.
Ao final de 2017 a ONG Global Carbon Project divulgou um relatório declarando que as emissões de carbono aumentaram em 2% a nível mundial alarmando os países sobre suas metas atuais e incentivando um maior controle de tal. A questão a ser vista é o controle das emissões, porém como nos casos citados acima os países visam substituir algo consumido pela maioria da população por novas tecnologias que tem uma eficiência menor e que custaram cada vez mais caras a mesma população devido aos investimentos feitos nessas áreas. O maior erro é justamente tentar erradicar o problema criando soluções com dependências ao invés de tentar controlar o processo que causa o mesmo. Parece mais simples criar um equipamento que diminua emissões do que explorar uma área completamente nova sem saber se isso realmente trará conclusão em curto prazo.
Eng. Yago Fraga Ferreira Brandão
Mestrando em Processos Ambientais/UNICAP